Uma mente, dois cérebros
Durante
as últimas duas décadas cientistas tem tentado entender a origem do
processo criativo. Perguntaram a mais de 10.000 pessoas de onde surgem
suas melhores ideias e as respostas obtidas foram surpreendentes,
especialmente se levarmos em consideração todo o tempo que as pessoas
passam no seu trabalho: 97% afirmaram que obtem melhores ideias durante o
banho, antes de dormir, quando não fazem nada, quando caminham,
conversando, meditando, analisando, nas férias, tomando vinho ou em
outras atividades diversas; e apenas 3% afirmaram obter ideias no
trabalho.
Por que isso acontece? Porque temos mais
de um cérebro. Um “faz o nosso trabalho” e o outro se encarrega de gerar
ideias criativas que não tem nada a ver com o trabalho. Platão foi o
primeiro a postular, no mundo ocidental, a ideia de que há dois cérebros
distintos na mente humana. A um destes aspectos chamou “Logistikon”, a
parte racional do ser humano; e ao outro chamou “Nous”, a parte
intuitiva das pessoas. No Mundo Ocidental a maioria das pessoas não
tinha ideia do que Platão queria dizer com essa teoria dos dois cérebros
e basicamente a ignoraram por centenas de anos. Em contrapartida, no
Oriente, as pessoas entenderam os princípios do lado esquerdo e direito
do cérebro à sua própria maneira.
Depois veio a Era da Razão, seguida da
Era Científica e começaram a surgir curiosidades acerca do que fazia com
que as coisas funcionassem, inclusive o cérebro. No século XIX, os
cientistas começaram a especular a respeito, até que se deram conta de
que o cérebro era composto por duas metades ou “hemisférios”, os quais
provavelmente controlavem diferentes aspectos do organismo humano. Com o
passar do tempo, uma série de teorias foram criadas sobre os “dois
cérebros”, e muitas dessas estavam dentro do que Platão havia definido
há 2.000 anos.
O lado esquerdo é onde controlamos o
intelecto e está relacionado com o pensamento “convergente, abstrato,
analítico, calculado, linear, sequencial e objetivo – se concentra nos
detalhes e nas partes de um todo. Esse lado produz pensamentos que são
diretos, verticais, sensíveis, realistas, frios, poderosos e dominantes.
Os engenheiros tem fama de usar esse tipo de pensamento.
O lado direito é onde controlamos a
intuição e está relacionado com o pensamento divergente, imaginativo,
metafórico, não-linear, subjetivo e se concentra no TODO das coisas.
Esse lado produz pensamentos que são flexíveis, divertidos, complexos,
visuais, diagonais, místicos e abstratos. Os artistas, músicos,
inventores e empreendedores tem fama de usar esse tipo de pensamento.
Quando uma pessoa está no trabalho, na
maior parte do tempo usa o lado esquerdo do cérebro. Se concentra nos
detalhes, identifica problemas, procura soluções e obtem informações.
Lógica, praticidade e ordem são as leis do dia. Afinal, isto não é ruim,
já que, uma vez que o lado esquerdo do cérebro faz todo o “trabalho
pesado”, o lado direito pode emergir e criar uma ideia totalmente
diferente, uma possibilidade fora dos padrões estabelecidos. Mas o lado
direito do cérebro é “tímido”, só funciona se for convidado a funcionar.
E como convidamos o lado direito do
cérebro a funcionar? Fazendo atividades que ele controla, como por
exemplo, caminhar, sair para dar uma volta, inclusive pular ou correr.
Quando seu corpo se move o seu lado direito se ativa (Mozart fazia
exercícios antes de compor). Escute música, ou melhor ainda, toque.
Especialmente músicas sem letras ou cantadas em uma língua que você não
entende. Yokimura Nakamatsa, inventor japonês com mais de 2.000 patentes
registradas, escuta a nona sinfonia de Beethoven antes da fase de
execução dos seus projetos. Desenhe, faça esculturas, pinte, faça
representações visuais de seu objetivo ou ideia. Use o humor, o riso o
libera da tirania da lógica e da linearidade. Visualize a solução que
tanto está batalhando para encontrar racionalmente, veja com os olhos da
mente. Saia do problema, não faça nada, reflita, medite, interiorize.
Necessitamos de ambos os lados; o truque é saber como nos mover fluidamente de um lado para o outro com facilidade.
Teste: para que lado gira a bailarina?
Se pode vê-la girando no sentido dos
ponteiros do relógio está utilizando o hemisfério direito do seu
cérebro. Se conseguir ver a figura girar no sentido contrário ao dos
ponteiros do relógio, então está utilizando o hemisfério esquerdo do seu
cérebro. Algumas pessoas podem vê-la em ambos os sentidos, outras
conseguem vê-la girar somente em um só sentido. Se consegue ver a figura
girar em ambos os sentidos (um de cada vez) dizem os experts que seu QI
está acima de 160.
Funções do lado esquerdo do cérebro:
emprego da lógica orientado a detalhes baseados em feitos, palavras e
linguagem, presente e passado, matemática e ciência, pode compreender o
conhecimento, reconhece ordem/percepção de modelos, conhece o nome de
objetos baseado na realidade, formas de estratégia, prático e seguro.
Funções do lado direito do cérebro: usa
os sentimentos, orientado a ver o panorama geral, imaginativo, símbolos e
imagens, presente e futuro, filosofia e religião, pode ampliar, crê e
aprecia, percepção espacial, sabe a função dos objetos, baseado na
fantasia, apresenta possibilidades, impetuoso, assume riscos.
By Idea Champions, PPT.