quando se vence ao medo, começa a sabedoria.(Bertrand Russel)
Ele era um ladrão profissional. Seu nome inspirava medo. Ele aterrorizou durante 13 anos as diligências de Wells Fargo, rugindo como um furacão e
saindo da Sierra Nevada assombrando os mais rudes homens da fronteira. Nos jornais de São Francisco a Nova Iorque seu nome se tornou sinônimo de perigo na fronteira.
Durante seu reino de terror, entre 1875 e 1883, ele roubou a bagagem e o fôlego de 209 diferentes tripulações de diligências. E fez tudo isto sem disparar um tiro sequer. Sua arma cobria seu rosto. Nenhuma vítima jamais o viu. Nenhum artista pôde fazer seu retrato. Nenhum delegado pôde seguir sua trilha. Ele nunca deu um tiro ou sequestrou alguém. Ele não precisava fazê-lo. Sua presença era o bastante para paralisar as pessoas. Black Bart. Um bandido encapuzado, equipado com uma arma mortal.
Ele me faz lembrar outro ladrão, que ainda anda por aí. Você o conhece, mas também nunca viu o rosto. Você não pode descrever sua voz, ou fazer seu retrato falado. Mas quando ele está por perto, você o sente por causa das batidas do seu coração.
Se você já esteve num hospital, já sentiu o toque de sua mão áspera sobre a sua. Se você já sentiu que alguém o estava seguindo, já sentiu sua respiração no pescoço. Se você acordou tarde da noite num quarto estranho, foi seu terrível sussurro que roubou seu sono.
Você o conhece. Ele é o ladrão que fez as palmas de suas mãos suarem quando foi ser entrevistado para um emprego. E foi esse patife que segregou em seu ouvido ao deixar o cemitério: “Você pode ser o próximo!”.
Ele é o Black Bart da alma. Ele não quer o seu dinheiro. Ele não quer seus diamantes. Ele não está querendo seu carro. Ele quer algo muito mais importante. Ele quer a paz do seu espírito – sua alegria.
Seu nome? Medo.
Enfrentemos a realidade. Todos nós sentimos medo. Nenhum ser humano está imune a essa emoção, que é uma das mais comuns. Na verdade, trata-se de uma emoção que compartilhamos com muitos membros do reino animal. Entretanto, sendo diferentes dos animais, que aparentemente só sentem medo de ameaças que jamais nos foram feitas, e até mesmo ameaças que nunca existirão.
A missão do medo é roubar sua coragem e deixá-lo trêmulo e tímido. Seu “modus operandi” é manipular você com o misterioso, insultar você com o desconhecido. Medo da morte, medo do fracasso, medo de Deus, medo do amanhã – seu reportório muito vasto. Seu objetivo? Criar almas covardes e sem alegria.
Ele não quer que você faça a viagem para montanha. Ele imagina que se puder sacudi-lo bastante, você acaba tirando os olhos das alturas e partindo para uma existência vã, monótona e sem alegria.
Uma lenda da índia conta a história de um rato que tinha pavor da gatos, até que um mágico concordou em transformá-lo em gato. Isso resolveu seu medo… até que ele encontrou um cachorro; então o mágico o transformou num cachorro. O rato-tornado-gato-cachorro ficou contente, até que encontrou um tigre; assim mais uma vez, o mágico o transformou naquilo que ele mais temia. Mas quando o tigre veio se queixar de ter encontrado um caçador, o mágico se recusou a ajudar. “Eu o transformei num rato novamente, pois apesar de ter o corpo de um tigre ainda tem um coração de um rato!”.
O medo é provavelmente a causa principal do potencial perdido. Quntas pessoas, através da história, malograram na consecução de seus objetivos porque deram as costas a oportunidade: sentiram medo.
Meu exemplo pessoal e favorito de vitória sobre o medo é Madre Teresa de Calcutá, a simples freira natural da Iugoslávia, cujo coração foi suficientemente grande para abrigar pessoas de todas as classes, de todos os níveis intelectuais, culturais e religiosos. A vida dela foi uma parábola, sobre o domínio do medo. Medo da pobreza, da doença, da ameaça, da segurança, de ser mal compreendida.
E você, será que tem um corpo de tigre a ainda tem um coração de um rato? Para qual oportunidade você está dando as costas?
Não faltam oportunidades e desafios. Novos empreendimentos comerciais precisam ser estabelecidos. Escolas precisam ser fundadas. Livros precisam ser escritos. Leis precisam ser promulgadas. Vacinas precisam ser descobertas. A poluição precisa ser controlada. Quem sabe se você não é a pessoa indicada para atender a uma destas necessidades, ou a alguma outra dentre milhares e milhares?
A próposito, lembra-se do Black Bart? Afinal, ele nao era nada a temer. Quando o capuz caiu, não havia nada a temer. Quando finalmente as autoridades prenderem o ladrão, não encontraram o bandido sanguinário do Death Valler (vale da morte); encontraram um farmacêutico bem comportado de Decatur Illinios. O homem que os jornais apontavam como alguém que galopava pelas montanhas sempre em alta velocidade. Na realidade, tinha tanto medo de cavalos, que praticava seus assaltos viajando numa pequena carruagem. Ele era Charles E. Boles – o bandido nunca deu um tiro, porque nem sequer carregava pistola!
Existem “falsos capuzes” no seu mundo? Desmascare-os.
Viva!
Sonhe!
Planeje!
Sobretudo realize.
Viva!
Sonhe!
Planeje!
Sobretudo realize.
"Daniel C. Luz"
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