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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

SABOTAGEM


Todas nós, conscientemente, dizemos que queremos uma vida melhor e mais feliz. No nível racional é isso o que surge em nossos pensamentos. Desejamos melhores relacionamentos familiares, crescimento profissional e mais saúde física e emocional. Mas a nossa atitude não condiz com o que dizemos. Acabamos trazendo para nossa vida sofrimento e dor. 
É fácil detectarmos essas atitudes se observarmos um pouco nossos hábitos.  De uma forma ou de outra, em maior ou menor grau, todas nós buscamos inconscientemente situações que nos fazem sofrer. Seja trabalhando demais, seja em relacionamentos não saudáveis, seja por não cuidarmos de nossa saúde, seja por escolhermos com critério nossas amizades. Há uma busca inconsciente pelo sofrimento, que nos impede de melhorarmos nossas vidas de forma fácil, intuitiva e sem esforço. Parece que existe algo em nós que nos leva numa direção que não desejamos a um nível consciente ir. Lutamos superficialmente para sermos diferentes, mas não conseguimos.
De onde vem esse negativismo que nos faz procrastinar, que nos leva para os vícios e os comportamentos nocivos, que nos faz perder as boas oportunidades da vida e criarmos tanto sofrimento a nós?  Tudo isso vem da negatividade que acumulamos, do nosso sofrimento interior, nossa culpa descabida, já existente. Guardamos nossos sentimentos negativos e nos esquecemos que esses sofrimentos, precisam de mais sofrimento para se alimentar. Nossas emoções negativas são viciadas em si mesmas, querem se perpetuar, crescer e tomar conta de nossa vida. É a síndrome da ?coitadinha, da boa-de-mais?.
A coitadinha, boa-de-mais?, sabota de forma silenciosa, sentimos preguiça de fazer as coisas que sabemos ser certas, e uma vontade irresistível de fazermos outras que não são boas para nós.  Nossos sentimentos mal resolvidos (raiva, magoas, perdas, medos, frustrações, tristezas, e muitos outros) agem em nossa vida como entidades individuais que querem sobreviver. Esses sentimentos precisam se alimentar, e fazem isso influenciando nossos pensamentos e nossa ação. 
Quantas vezes em nossos relacionamentos somos boas demais?, dedicadas demais? e não somos reconhecidas. Doamos-nos completamente nos relacionamentos em que estamos e isso só nos causa sofrimento e dor. É uma dor realmente dilacerante, mas cujos motivos não sabemos bem relatar.
Esquecemos nossa individualidade, acreditamos que para amarmos e sermos aceitas temos que nos anular em fincão dos desejos e vontades do outro. Acreditamos piamente que assim estamos agindo por ?amor?. 
Nunca nos posicionamos, nunca discordamos, nunca expressamos nossas vontades, nossos desejos. Vamos ser realistas, não é por amor que fazemos isso, é por insegurança, por medo de que o outro nos abandone, caso seja contrariado. Nossa auto-estima fragilizada está precisando ser resgatada, alimentada, e, sobretudo reconhecida. 
Precisamos perceber a sutil diferença entre dar o melhor de nós e nos perder., perdemos nossa referência num encontro amoroso. Vamos deixando de mostrar o que nos incomoda, o que nos desagrada, e vamos nos identificando e nos misturando com o outro a ponto de não existirmos mais, sermos apenas o reflexo do outro.
Se realmente fosse bom nos relacionarmos com o nosso reflexo, casaríamos com o espelho, e seriamos felizes para sempre. Precisamos das diferenças para que o relacionamento cresça, amadureça, engrandeça. 
Não estou aqui falando de joguinhos infantis, nem de impormos nossas vontades aos gritos. Falo da arte de encontrar o equilíbrio. Da encantadora dança do amor, da harmonia entre avançar e recuar, com leveza inteligência, disponibilidade e acima de tudo da capacidade de começarmos de novo ao errarmos...
A verdade é que quando temos a sensação de que não somos valorizadas em nosso relacionamento, estamos perdendo a nossa identidade, perdendo a nossa singularidade. Sentimos nos injustiçadas por sermos boas-demais? e não recebermos em troca nem o amor que achamos merecer por tanta compreensão e dedicação.
Esquecemos de que para o sucesso e ou o fracasso de nossos relacionamento é quem somos ou quem deixamos de ser que mais vai fazer a diferença. Só vale esse conseguirmos sermos nós mesmas na maioria das vezes. 
Post original do Blog UMA MULHER > Veja este e outros post's acesse:
http://araretamaumamulher.blogspot.com/2011/02/todas-nos-conscientemente-dizemos-que.html

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